Sal: Afinal, qual o consumo de sal indicado por dia?

 Sal: Afinal, qual o consumo de sal indicado por dia?

Quando o assunto é alimentação saudável, o consumo de sal é certamente um dos assuntos que mais tem gerado debates nos últimos anos. A razão disso é que não há um consenso em relação à quantidade ideal que pode ser consumida diariamente por uma pessoa.

Isso acontece porque a comunidade científica de modo geral se divide em relação às teorias relacionadas ao assunto. De um lado estão aqueles que defendem a ideia de que o consumo de sal traz malefícios. Do outro lado, encontram-se os que acreditam que o baixo consumo dessa substância é prejudicial.

É difícil dizer quem está certo nessa história, mas, procuramos reunir aqui uma série de informações que reforçam as principais teorias nesse sentido. A seguir você confere todos os detalhes e pode tirar sua conclusão sobre quanto de sal consumiu diariamente.

O que você precisa saber sobre o consumo de sal

Até onde se sabe, a má reputação do sal ao longo dos últimos anos, veio por conta de uma uma publicação da American Heart Association (AHA). A organização sugeriu que a quantidade diária recomendada seria de no máximo meia colher de chá de sal. A razão é que, em tese, uma quantidade maior diariamente poderia levar ao risco de pressão alta e doenças do coração.

Consumo-de-sal

O fato, porém, é que uma quantidade tão pequena como essa, pode não ser suficiente nem para temperar a carne do almoço. Será que é isso mesmo que significa viver de maneira saudável? Alguns estudos sugerem que não.

Malefícios da falta de sal

Algumas pesquisas recentes apontaram que, de fato, a ingestão de menos sódio causa uma leve redução na pressão arterial em quem tem pressão alta.

Todavia, outros estudos acabaram confrontando essa tese, apontando que a redução do sódio aumenta o risco de doenças cardíacas.

Esse segundo estudo foi reforçado por outros levantamentos que trouxeram resultados conflitantes. Um deles apontou que cortar o sódio da dieta não trazia qualquer benefício. Enquanto isso, outros apontaram que algumas doenças estão relacionadas ao baixo consumo de sal.

Uma dessas doenças, por exemplo, seria a hipertensão. Uma análise feita com 23 estudos publicados pelo American Journal of Hypertension, apontou um dado curioso. Segundo a interpretação, ingerir menos de 2.500 miligramas de sal diariamente causa desregulação hormonal.

Além disso, essa observação apontou tendência para um certo aumento na atividade da renina plasmática. Isso de certa forma pode contribuir de maneira drástica com o aumento no risco de ataques cardíacos.

Outro problema que também foi associado à baixa taxa de sal foi a resistência à insulina. Os estudos consideraram que uma dieta pobre em sal aumenta esse problema em 15 a 20%

Alguns efeitos

Como consequência disso, pode haver um ganho de gordura e até um aumento no risco de diabetes tipo 2. Até mesmo a má qualidade do sono já foi um problema associado ao baixo consumo de sal. De acordo com uma pesquisa, o baixo teor de sal pode afetar o sistema nervoso de modo a prejudicar a qualidade do sono, trazendo cansaço e fadiga.

Nesse mesmo estudo, contudo, observou-se que o consumo acima da média de sal, também trouxe aumento na pressão arterial.

Com isso, portanto, em um primeiro momento podemos concluir que, no que diz respeito ao sal, tanto o baixo quanto o alto consumo pode ser prejudicial. O detalhe, porém, é que na grande mídia a maioria de nós só ouve falar em malefícios, quase nunca nos benefícios que o sal pode apresentar.

Diferente do que muitos imaginam, portanto, o caminho pode ser mudar a qualidade do sal consumido, não necessariamente abrir mão dele. A seguir mostramos o que isso significa e algumas ideias que merecem ser analisadas junto ao seu nutricionista.

Os problemas são o sódio e a falta de potássio

Observando os principais estudos sobre o assunto, a conclusão é a de que o maior problema no consumo de sal é o excesso de sódio. Em contrapartida, o potássio pode ser um aliado da boa saúde.

Os-problemas-são-o-sódio-e-a-falta-de-potássio

Teoricamente, portanto, uma pessoa saudável pode salgar a comida como quiser, desde que sua dieta esteja focada em potássio. Considerando que o sódio e potássio atuam juntos no sal, no entanto, a pergunta que fica é: como proceder?

Uma alternativa, nesse caso, é recorrer ao sal de potássio, também conhecido como sal light. Isso porque, teoricamente, se o corpo tiver a carga diária ideal desse suplemento, o efeito do sódio no organismo será mínimo.

Uma recomendação feita por um blog norte-americano chamado “Bullet Proof”, por exemplo, chegou a sugerir a ingestão de uma colher de chá desse sal diariamente todas as manhãs.

Obviamente, essa é uma sugestão controversa, no entanto, existem outras fontes de potássio que podem ser consideradas em uma dieta saudável. A lista de opções inclui:

  • Abacate;
  • Abóbora;
  • Avelã;
  • Batata Doce;
  • Espinafre cozido; e
  • Salmão selvagem, só para citar alguns exemplos.
  • Qualidade no consumo de sal

Algumas conclusões

Conforme observado ao longo do texto, existem muitas dúvidas ainda relacionadas às teorias sobre a quantidade diária de sal que deve ser consumida.

Todavia, um ponto em que a maioria dos especialistas concorda é que o sal refinado é o que tem maior potencial para trazer malefícios. Isso porque ele é abundante em sódio e pobre em outros nutrientes. O mesmo não acontece com o sal marinho de alta qualidade, o sal rosa do Himalaia.

Neste último, inclusive, estima-se que existam cerca de 80 minerais. A lista inclui potássio, cálcio, magnésio, zinco, ferro e até iodo, dentre outros.

Além disso, o processo de extração do sal marinho de qualidade é feito manualmente, ou seja, sem uso de explosivos ou outros meios nocivos. Isso significa que nesse caso é menor o risco de ser contaminado com poluentes ou metais pesados.

Vale considerar, no entanto, que mesmo o sal Rosa do Himalaia ou o sal Marinho, não devem ser usados como suplementos da dieta. O que estamos dizendo aqui é que eles podem contribuir com a adição de nutrientes no dia a dia, mas seu consumo também não deve ser abusivo.

O mais importante é evitar o consumo de sal branco refinado, cujo processamento se dá em altas temperaturas e possui aditivos. Isso porque este tipo é basicamente um concentrado de sódio puro, sem qualquer nutriente que possa beneficiar a saúde.

Espero que tenha gostado desse artigo.

Um abraço, João Vasconcelos.

Artigos Relacionados